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Sem interessados, antigos Airbus A380 podem ser depenados


Qui 6/7/2017 - Por conta da falta de demanda, jatos Airbus A380 com 10 anos de uso correm o risco de serem depenados. Essa hipótese é cogitada pelo fundo de investimentos alemão Dr. Peters, proprietário de nove unidades do maior avião de passageiros do mundo.

A empresa alemã, que aluga suas aeronaves a companhias aéreas, em breve vai receber de volta quatro jatos A380 após a expiração de contratos de arrendamentos de 10 anos. A aeronaves serão devolvidas pela Singapore Airlines, que decidiu por não renovar os acordos.

Em entrevista a rede Bloomberg, o diretor executivo da Dr. Peters, Anselm Gehling, afirmou que as aeronaves podem ser desmontadas para a recuperação de motores e outras peças que podem valer pelo menos US$ 100 milhões por avião.

“Nosso principal objetivo é encontrar novos arrendatários”, disse Gehling. “Nós também estamos dispostos a vender a aeronave, já que algumas companhias disseram que prefeririam isso. Ainda assim, quase não há peças sobressalentes quando se trata de motores para o A380, então pode fazer sentido realizar o desmanche de um ou dois aviões.”

O executivo adiantou que existem negociações com seis potenciais operadores, sendo um deles uma empresa asiática de baixo custo interessada em configurar o A380 com apenas uma classe com 700 assentos. Outros possíveis clientes são companhias aéreas da Europa e nos Estados Unidos, país onde o maior avião da Airbus ainda não possui clientes.

Aluguel com desconto

Como apontou o diretor da Dr. Peters, existem empresas discutindo arrendamentos do A380 por períodos mais curtos, de dois a quatro anos, no intuito de avaliar o potencial do avião gigante da Airbus para só depois assinarem contratos de maior duração, no caso das operações com a aeronave forem rentáveis.

De acordo com Gehling, após 10 anos de uso os A380 arrendados já devolveram de 65% a 70% do valor investido na época em que foram adquiridos, por cerca de US$ 250 milhões – o valor atual da aeronave fica na casa dos US$ 435 milhões. Desta forma, a empresa precisa de aproximadamente US$ 60 milhões por aeronave para não ter prejuízo. Por isso, desmontar os aviões e vender suas peças pode ser uma alternativa a curto prazo.

A Doric Corporation, outro grupo alemão que aluga jatos A380 (os cinco jatos A380 da empresa também são operados pela Singapore Airlines), está oferecendo o arrendamento de suas aeronaves com 40% de desconto. O aluguel da aeronave cobra pela empresa custa cerca US$ 2 milhões por mês.

A crise dos quadrimotores

A Airbus não recebe novas encomendas pelo A380 desde 2015. Neste ano, a fabricante europeia entregou apenas seis unidades do “superjumbo”, número bem inferior ao volume de 2016, quando foram entregues 26 unidades. Por conta da baixa demanda, a produção da aeronave será reduzida a apenas uma unidade por mês a partir de 2018.


A Boeing vive situação parecida com o 747-8, a ponto de até mesmo cogitar o fim da produção da aeronave, lançada em 1969 e que revolucionou a aviação comercial criando novos padrões de desempenho e capacidades. A empresa norte-americana não recebe encomendas pelo Jumbo desde 2016 e neste ano entregou apenas quatro unidades.

Com altos custos de aquisição e operação, os aviões comerciais quadrimotores, como é o caso da dupla A380 e 747, vem perdendo espaço para modelos de grande porte impulsionado somente por dois motores, como é o caso dos modelos mais recentes Airbus A350 e o Boeing 787.

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